O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bemNão as duas que ele teve
Mas as que eles não têm.
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração...
(Fernando Pessoa - 13/06/1988 - 30/11/1935)
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