24 outubro 2011

Crônica poética de um coração bobo.

O que um coração espera pra ser feliz?
Um coração que chora com a dor do outro
Que se coloca no lugar de alguém
Antes de julgar ou atirar pedras?
O que faz um coração
Que escreve poemas
Dedica canções
Liga no fim da tarde... altas horas da noite e nas primeiras do dia
Só para dizer que ama, que sente falta, que tem importância?
O que faz um coração
Que apesar de se doar por inteiro
É pisoteado e jogado às traças
Sempre que se entrega, se dá e se dedica?

Será um coração duro, sem sentimentos e ternura
O ideal para se ter pulsando dentro do peito?

Mesmo que seja essa a dura verdade
Meu coração Dom Quixote continuará sua saga
Em busca de um outro
Não perfeito, não completo e não necessariamente inteiro
Porque faz parte dele completar o que se falta e curar o que se dói

Ah, coração que não aprende...
Um dia você se encontra.

20 outubro 2011

Meio cheio... ou meio vazio?

Um copo dágua me define? Bah...
Se alguém chegasse perto de mim e fizesse aquela famosa pergunta, que diz definir o estado de espírito constante de uma pessoa e que pode rotulá-la de pessimista ou otimista diante da vida (a qual, cá entre nós, eu acho bastante idiota):

"O copo está meio cheio ou meio vazio?"

Eu responderia simplesmente:

"Me desculpe, meu copo está sempre cheio ou sempre vazio. Metade não é comigo."

Sinceramente, eu não consigo me dividir em partes. Não sou aquele tipo de pessoa que se dedica a mil coisas ao mesmo tempo e no final das contas não faz nenhuma. Não sou aquele tipo de pessoa que não chove nem molha. Não sou aquela pessoa que apaixona por um, gosta de dois, mas não ama ninguém. Me desculpe, mas isso não é comigo.
A vida é um risco. Portanto, pra que ficar perdendo tempo com metades? Por que se contentar com partes, migalhas, coisas vazias, pobres de sentimento e sentido? Afinal de contas, o coração precisa disparar às vezes, as mãos precisam gelar e suar, as pernas precisam ficar bambas, o sangue precisa brotar e as lágrimas também precisam escorrer. Tudo isso te lembra que você está vivo e que você tem algo a mais que aquela árvore plantada no parque.
Não vou aconselhar ninguém a ser assim. Porque quem é inteiro sofre mais. Se perde mais. Cai às vezes. Se machuca, se fere, se recolhe.

Mas quem é por inteiro também se cura... e se levanta...e volta a viver... por inteiro. Nada de cacos ou restos pelo caminho.

Portanto, você escolhe.  Copo pela metade? Ou pessoa por inteiro?

Eu já me decidi.

Bjoos!

14 outubro 2011

Sobre ser feliz...

Olá!
Depois de um longo e tenebroso inverno (literalmente), cá estou eu de volta, em plena primavera. E como primavera cheira a alegria, eu achei que felicidade seria um tema interessante pra esse meu primeiro post na estação das flores.

O que é ser feliz?

Não sei de vocês, mas eu já estou careca de ler nessas revistas mensais, em alguns tópicos do Facebook, ou mesmo em blogs ou livros de auto-ajuda "dicas" para ser feliz. Sim, muitas das vezes são boas e até eficientes... mas logicamente vai depender do terreno onde serão aplicadas. Por exemplo... comer chicória pra sua mãe pode ser felicidade... já pra você, é um Deus-nos-acuda. Então, convenhamos. Não existe manual da felicidade disponível em lugar algum. Se tivesse, certamente seria vendido a peso de ouro... e quem tivesse todo o ouro disponível, pagaria por ela, pode apostar. Quem não quer ser feliz, viver plenamente, saber exatamente como agir, como se comportar, quando dizer sim, quando dizer não, pra que tudo termine num final feliz, digno de novela do Manoel Carlos?

Pois comece a prestar atenção, caro leitor que ora me lê: a tão sonhada e almejada felicidade pode estar escapando pelos seus dedos nesse exato minuto.

Por que?

Costumamos procurar a felicidade em coisas grandiosas. Feitos homéricos e nunca vistos. Adiamos a felicidade o quanto podemos e sim, pra nós, ela só será conseguida a custa de ouro. Ou dólar, real, euro, ou como quer que você disponha do seu rico dinheirinho.
O problema é que a todo momento damos chutes na felicidade presente. E não nos damos conta disso, esperando para ser felizes num futuro próximo, quando ganharmos na Mega-Sena talvez, ou quando conseguirmos tanto dinheiro quanto o "Zé que estudou comigo".
Depois, dizem não saber porque estamos na era mais lucrativa pra indústria farmacêutica (leia-se calmantes e antidepressivos). Os consultórios de psiquiatria vivem cheios. Felicidade está vindo em caixinhas. Na era da Apple, Google, Microsoft e do Facebook, dos Tablets, dos Iphones, as pessoas choram escondido, dormem mal, tem medo de tudo e não conhecem a singeleza de um passeio no jardim. Muitas nunca sequer pisaram na terra molhada. Ou sentaram para ver o por-do-sol, segundo a segundo. Ou sorriram pra si mesmas em frente ao espelho e disseram: eu me amo. Ou pararam por 5 minutos para agradecer a Deus pela dádiva de estarem vivos e fazerem parte desse mundo, que apesar de complicado, nos oferece um sol toda manha, um céu azul de doer a vista, que quando anoitece, se pinta de estrelas. Que está cheio de pessoas vis, que nos fazem sofrer, porém, está também repleto de pessoas boas, de caráter limpo e coração puro.

É preciso se permitir ver a felicidade acontecer. Por mais que pareça papo-furado, é bem isso o que é. No mundo de hoje não há fronteiras. Porém, há trincheiras dentro de cada um de nós, que nos separam de um sorriso singelo e de rodopiar até cansar ao ritmo da música.
É preciso ser um soldado a favor de si mesmo para ultrapassar esse ego tão tecnologicamente modificado e enxergar a simplicidade. E se permitir ser feliz agora. Hoje. Aqui.

Seja lá como for. Se vier do coração, mergulhe de cabeça. Se permita e abra um sorriso largo. E que ele seja duradouro, deixe lembranças doces e faça seu coração bater mais forte.

Seja feliz. E não deixe pra amanhã!

Beijos, beijos...