Muito interessante o que a gente sempre ouve sobre sinceridade e ouvir o coração. Mas infelizmente as pessoas ainda estão pouco preparadas para isso ou meio que assustadas com esse tipo de atitude, por parte de alguns. Da minha, por exemplo.
Quem fala que essa pessoa que hoje fala pelos cotovelos era a menininha calada, que ouvia tudo em silencio, que não questionava, não respondia, apenas ficava remoendo aquilo em algum lugar dos seus pensamentos? Pois é, caros fofos leitores, eu tenho as minhas razões pessoais para ter me tornado essa pessoa que prefere cuspir tudo pra fora do que guardar mazelas dentro de si. Sim, os problemas e palavras eram abstratos, mas os sintomas foram muito físicos - garganta fechada, como se tivesse algo obstruindo, algo como um "nó". Mais claro impossível, né? Então, a solução é FALAR. Por pra fora. Sair. Nada de ziqueziras dentro de si, para evoluir pra uma doença física. Necas. Boca no trombone, palavrão na agulha!

Gente, anos atrás, eu não soltava UM palavrão sequer. No máximo um "merda" de vez em quando. Aqui em casa povo nunca foi de frescura. Sem aqueles cabeludões, mas os básicos, sempre tiveram, aquele de duas letras, aquele também que lembra o oficio mais antigo de todos... nada butequeiro, mas sabemos nos expressar chulamente quando necessário - sim, necessário.
Então, xinguei meu palavrão como de costume. Minha tia, horrorizada, arregalou um olho do tamanho de uma laranja. "Menina, que isso! Que palavra feia!". "Tia, aqui todo mundo fala isso!" "Não, lá em casa ninguém fala." "Ah, tia, mas tem que colocar as bruxas pra fora de alguma maneira!" "Tem outras formas de colocar as bruxas pra fora sem xingar palavras feias!" Enquanto ela lia o sermão, eu pensava calmamente nela e sua familia. Pessoal calmo, realmente eu nunca tinha visto um palavrão na boca de nenhum deles. Mas sabe quando você sente que se algum deles soltasse algum, não soaria tão estranho? Acho que eles tão precisando, viu...
Ainda continuei argumentando com a minha tia, falando que o palavrão que eu tinha xingado era um dos mais inofensivos. "Não, é um dos mais feios!" Sim, tia, lamento lhe informar que, perto de certos palavrões, o meu "buc.....a" vai soar como o canto do sabiá na laranjeira. Entendi essa ausencia de necessidade de xingar uns nomões quando lembrei que ela toma nada mais, nada menos que Rivotril. Tá explicado. O treco bloqueia os nervos presentes, ausentes e os a serem inventados - se abusar ele ainda inventa algum pra bloquear (exagero, mas tá de boa...)
MAS ENTÃO... enrolei tanto com o caso do palavrão, que acabei quase não abordando o assunto que me trouxe aqui. Mas foi legal que ilustrou bem. Então,vamos lá.

E foi o que eu fiz. Uma situação que se arrastava há tempos - gostosa, devo dizer - mas incomoda em alguns momentos. Pô, tem que curtir? Tem. Tem que ser zen e relaxar? Tem. Mas tudo tem seu tanto. O bonde da vida não para pra eu brincar. Ou eu ocupo meu lugar ou vem alguém e ocupa. A vida tem que seguir. Tem que andar. A gente tem que andar. Não pode se dar ao luxo de se agarrar em certas situações mal resolvidas, e ao mesmo tempo, deixando passar várias oportunidades.
Por isso eu prometi pra mim mesma que vou falar. Falar pelos cotovelos. Falar até a goela doer. Botar pra fora e mandar ver. Porque, meu bem, antes pecar por excesso que por omissão. E males psicossomáticos não fazem parte dos meus planos futuros.
DESPERTE O FALASTRÃO (ONA)
QUE EXISTE AÍ DENTRO VOCÊ TAMBÉM!
Beijos e bom dia.
Lullu
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